Maratona a pé e casas sem móveis divididas por até 31 pessoas: a rotina dos venezuelanos em Roraima Prefeitura diz que há 40 mil venezuelanos vive
Na BR-174, imigrantes enfrentam 218 km a pé e de carona para fugir principalmente da escassez de comida e remédios na Venezuela (Foto: Emily Costa/G1 RR/Arquivo)
Não tem nem duas semanas que Carol Parrare, de 36 anos, e outros sete familiares abandonaram a Venezuela em busca de melhores condições de vida no Brasil. Eles saíram de Maturín, no Leste do país, para percorrer, da forma como fosse possível, os quase mil quilômetros até Boa Vista, no extremo Norte do Brasil.
Primeiro, pegaram um ônibus para sair da Venezuela. No caminho, o pouco dinheiro que tinham acabou. Assim, nos 218 km da BR-174, que liga Pacaraima, na fronteira do Brasil, a Boa Vista, eles só tiveram duas opções: andar a pé e tentar a sorte de conseguir carona.
Crise migratória: como vivem os venezuelanos em Boa Vista
Em meio às poucas malas que carregavam, um pouco de comida preparada. Mas o alimento, assim como o dinheiro e também a água, acabou logo no início da maratona. Ao todo, foram dois dias e uma noite na estrada.
"Caminhávamos, descansávamos e pedíamos carona até conseguir. Graças a Deus no caminho encontramos muitas pessoas boas, que nos davam alojamento em casas na estrada e também comida, água, suco e frutas."
A venezuelana Carol Parrare, de 36 anos, pediu caronas e caminhou por dois dias e uma noite para chegar a Boa Vista (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Ao chegar a Boa Vista, a acolhida foi precária. Ficaram sabendo dos perigos de ir para o ginásio Tancredo Neves, onde há mais de mil venezuelanos morando. E assim foram parar na Praça Simón Bolívar com outros 300 imigrantes recém-chegados ao Brasil.
"Apesar de tudo, aqui é muito melhor do que na Venezuela. Lá eu cheguei a ficar até cinco dias sem comer."
O grupo entrou para a estatística de quase 40 mil venezuelanos vivendo na cidade, segundo a prefeitura. Os novos moradores equivalem a mais de 10% dos cerca de 330 mil habitantes da capital que, hoje, está no epicentro de um verdadeira crise migratória.
Centanas de venezuelanos se abrigam na praça Simón Bolívar, em Boa Vista, Roraima (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Luiz Rondon, de 43 anos, enfrentou a mesma saga de viajar a pé e de carona entre Boa Vista e Pacaraima. Ele conta que só tinha dinheiro para viajar de ônibus até Santa Elena de Uairén, última cidade venezuelana antes da fronteira com o Brasil.
"Morava em El Tigre [no Leste da Venezuela] e vim para Boa Vista caminhando e pedindo caronas por dois dias na BR-174. Eu, assim como muitos outros, só consegui comprar passagens até Santa Elena", conta, lembrando que ficou com os pés machucados de tanto caminhar.
Luiz Rondon viajou por dois dias pela BR-174 andando e pedindo carona (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
O jornalista Leonardo Cordova, de 28 anos, também viajou por dois dias inteiros para deixar a cidade de Sucre, na Venezuela, e vir para o Brasil. No percurso, gastou todo o dinheiro que tinha, vendeu o celular para custear passagens, pediu caronas e andou.
“Não tinha dinheiro para viajar e também não tinha comida em minha casa na Venezuela. Estava cansado daquilo, desesperado, com fome. Quando cruzei a fronteira com o Brasil, senti esperança”, relata.
Quem chega a pé, de carona ou de ônibus procura refúgio em Boa Vista. Alguns ficam nas ruas e a prefeitura afirma que as 53 praças da cidade ficam, de dia ou à noite, ocupadas por estrangeiros. Outros vão atrás dos abrigos superlotados e, por fim, há aqueles que encontram uma outra saída: dividir aluguéis.
A casa fica no bairro Mecejana, perto da periferia da cidade, tem seis cômodos e todos estão vazios de móveis. A sala não tem sofás ou televisão. Nos quartos são só colchões no chão, e a cozinha não tem nem geladeira. O número de moradores até assusta: são 31 pessoas dividindo o mesmo teto.
Imigrantes alugam casas em Boa Vista e espaço sem mobília é moradia para até 31 venezuelanos (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
São exatos 19 homens, 10 mulheres e duas crianças. O aluguel, que custa mil reais, é dividido entre os adultos e cada um dá R$ 34. A alimentação é rateada bem como as tarefas de casa.
"Os empregos mais braçais ficam para os homens, e a limpeza da casa para as mulheres", explica Maitê Salazar, de 24 anos, afirmando que nem todos se conheciam antes de começarem a morar juntos. "Alguns são parentes, mas hoje vivemos com amigos e conhecidos que fizemos na Venezuela ou aqui no Brasil".
Ela diz que não é sempre que os 31 moradores se encontram ao mesmo tempo em casa. "A maioria passa o dia na rua atrás de trabalho, e geralmente só nos vemos no fim da tarde ou então de madrugada."
A cozinha não geladeira nem armários (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Na hora de dormir, redes e colchões ocupam a casa sem mobília. Tem quem durma nos quartos, na sala, na varanda e até na cozinha. "Eu durmo aqui junto com um amigo", explica Maitê, apontando para uma rede no canto da varanda, quase colada no muro da frente.
Outro morador, Jesus Suarez, de 58 anos, que é um dos mais antigos no endereço, conta que quando eles fecharam o aluguel, há quatro meses, tiveram que pedir para um amigo brasileiro formalizar o contrato. "Ele conhecia o dono e foi mais fácil de de explicar."
Jesus Suarez, 58 anos, é um dos 31 moradores da casa alugada pelos imigrantes (Foto: Inaê Brandão/G1 RR)
Essa realidade pertence a uma parcela considerável de imigrantes, segundo uma pesquisa promovida pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) e realizada pela Cátedra Sérgio Vieira de Mello na Universidade Federal de Roraima (UFRR).
O estudo, feito no segundo semestre de 2017, mostrou que maioria dos venezuelanos não-indígenas vivendo em Roraima é jovem, possui boa escolaridade, tem atividade remunerada e paga aluguel para morar.
Como têm pouca documentação e geralmente não conseguem comprovar renda, os venezuelanos não fecham contratos por imobiliárias, mas diretamente com os proprietários. Por isso, não há estatísticas que mostrem o aumento do número de alugueis concedidos a venezuelanos na cidade.
No bairro Silvio Leite, na periferia da cidade, uma casa é o lar de 17 venezuelanos da mesma família. Do total, sete são crianças.
postado em: 05/02/2018 15:02 - fonte: |
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